Berço eleitoral do Deputado Federal e empresário Celso Maldaner, cidade do extremo Oeste catarinense recebeu expressivo número de manifestantes.
A manhã fria de sexta-feira, 28 de abril, começou movimentada em Maravilha. Aos poucos, diversos ônibus, vans e carros de passeio, vindos dos mais diversos municípios do extremo Oeste catarinense, chegavam na cidade trazendo trabalhadores, agricultores, estudantes, desempregados, líderes e representantes dos mais variados movimentos sociais e de categorias profissionais.
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Todos vindos motivados pela adesão à Greve Geral, em protesto contra a lei da terceirização e às reformas das leis trabalhistas e da Previdência, propostas pelo presidente Michel Temer.
Maravilha foi escolhida estrategicamente pelos organizadores da manifestação, por ser a localidade onde reside o Deputado Federal Celso Maldaner (PMDB), único voto da região na Câmara Federal. A intenção do movimento era o de pressionar o político maravilhense a votar de forma contrária às proposições apresentadas pelo Executivo Nacional.
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Após a concentração na praça central, a massa popular seguiu em passeata pelas principais vias do centro, conclamando a população à adesão na caminhada.
No percurso em direção ao trevo de acesso à BR 282, um carro de som emanava discursos dos organizadores e de representantes sindicais, de movimentos sociais e políticos da região.
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O momento mais tenso foi quando o protesto alcançou a frente da FM Pneus — empreendimento de propriedade de Celso Maldaner (veja o vídeo aqui). A empresa teve sua fachada pichada por um dos manifestantes com a palavra “ladrão”, enquanto uma grande concentração de pessoas que bradavam gritos de ordem em desaprovação à conduta do deputado perante as recentes votações que implicam diretamente no futuro dos trabalhadores e do povo, fazendo alusão à sua postura de proteção às intenções do governo Temer e ao fato de ele “não representar o povo e nem os trabalhadores da região”. As ações foram acompanhadas pelo diretor da empresa e filho do deputado. Em determinado momento, funcionários tomaram os acessos de entrada da empresa, prostrando-se frente à frente com os manifestantes. Os ânimos, porém, não se exaltaram além disso e a Polícia Militar apenas acompanhou a dissipação da aglomeração, sem necessitar fazer uso da força, tampouco efetuar a prisão de ninguém.
O ato se encerrou quando a multidão tomou o trevo que dá acesso à BR 282, resultando na interrupção do trânsito em ambos os lados da rodovia.
De acordo com os agentes da Polícia Rodoviária Federal presentes no momento da ocupação do trevo, tudo transcorreu em ordem e pacificamente, dentro do previsto informado pelos organizadores.
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Entre os discursos inflamados contra as medidas abusivas propostas pelo presidente Michel Temer, que afetarão diretamente às classes mais pobres dos trabalhadores brasileiros, participantes e organizadores reafirmaram a disposição à novas manifestações em Maravilha, com ainda mais participantes, se necessário for, buscando a sensibilização do deputado local.
(Fotos: Jone Schuster)